Brasil irá liderar grupo de trabalho sobre certificação de hidrogênio verde

“Seremos um dos maiores exportadores do hidrogênio renovável no mundo”, diz Rui Altieri. Foto: Envato Elements

O Brasil será o país responsável por liderar um grupo de trabalho global sobre certificação de energia e hidrogênio renovável. A iniciativa, proposta pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), foi aprovada na última sexta-feira (09).

O projeto tem o consentimento de representantes do setor em todos os continentes, que participaram recentemente do CIGRE (Comitê Internacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica), na França.

“Este é um passo importante para nos posicionar na vanguarda deste novo mercado. Certamente, seremos um dos maiores exportadores do insumo no mundo, atuando como uma peça fundamental para acelerar a transição energética do planeta”, disse Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE.

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A Câmara passará a debater, agora em âmbito internacional, quais os atributos que serão considerados para definir o hidrogênio como renovável e quais os critérios mínimos a serem considerados em uma certificação desse produto.

De acordo com a entidade, o trabalho será realizado junto à integrantes de outros países interessados. A CCEE também irá lançar, ainda neste ano, um modelo simplificado de certificação para atender os projetos brasileiros que já estão em andamento e trabalhará para criar uma versão definitiva até 2023.

“Um dos principais requisitos para que outro país se interesse pelo hidrogênio fabricado no Brasil será, com certeza, a origem limpa da energia elétrica utilizada na sua produção”, explicou Ricardo Gedra, gerente de Análise e Informações ao Mercado da Câmara e um dos responsáveis por levar a proposta ao CIGRE.

“Será preciso criar mecanismos para garantir que o processo respeite as exigências do cliente. A CCEE é a única organização nacional capaz de fazer esse papel, já que registra os contratos de compra e venda de eletricidade e mede, a cada momento, o consumo e a geração em todos os pontos do país”, destacou.

Mercado de hidrogênio no Brasil

Estudo realizado pela consultoria McKinsey afirmou que o segmento deve criar oportunidades de investimentos da ordem de US$ 200 bilhões ao longo de 20 anos no país.

O mercado doméstico representa a maior parcela desse novo segmento, com receitas de até US$ 12 bilhões em 2040, impulsionado pelos setores de transporte e siderurgia.

Segundo a companhia, com a vantagem em custo competitivo, a estimativa é que algo em torno de US$ 6 bilhões podem ser originados da exportação, especialmente para Europa e Estados Unidos.

Publicado Originalmente no Canal Solar em 2022-09-16 08:00:17